terça-feira, 31 de julho de 2007

"Dentro do Mar Tem Rio" - Maria Bethânia


A grande divã da música popular brasileira, Maria Bethânia, volta ao seu palco preferido: Canecão. Inspirado em seus dois novos discos, "Mar de Sophia" e "Pirata", a abelha-rainha volta ao Rio de Janeiro para duas semanas de espetáculo e gravação de CD e DVD ao vivo - de 10 a 19 de agosto. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de ver a apresentação da cantora na outra casa de espetáculos do Rio, não deve perder essa chance, pois o show é fantástico. Sem falar do CD e DVD, lançados pela Biscoito Fino, que podem ser adquiridos em qualquer boa loja de CD/DVD ou no próprio Canecão, após o show. Vale a pena e Bethânia merece.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

O Adeus a Atriz Yolanda Cardoso



A atriz Yolanda Cardoso - que faleceu no último dia 8 de julho de 2007, vítima de falência múltipla dos órgãos - vai ser enterrada hoje às 11h, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Yolanda tinha 35 anos de carreira e interpretou mais de 40 personagens na TV e no teatro. Entre os destaques, estão suas atuações na primeira edição do "Sítio do Picapau Amarelo", no seriado "Os Bandidos da Falange" e na novela "O Direito de Amar".

Laura de Vison - A Grande Transformista





Laura de Vison fez muito sucesso nas décadas de 60, 70, 80 e 90 como transformista. Seu nome artístico surgiu ainda na década de 60 quando desfilava de biquíni e casaco de pele no Carnaval carioca.

Até recentemente, Laura fazia shows na cena GLBTT carioca e suas aparições foram muito festejadas.

Faleceu em 09 de julho de 2007, sendo enterrada no Cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro.

Na pele de Norberto, também foi professor de História em escolas públicas do Rio de Janeiro. Em sala de aula não é um professor nada convencional. Já chegou a se vestir de Cleópatra para explicar a História do Egito.

Na década de 1970 foi presa por homofobia, segundo ela “simplesmente por ser gay”. Ficou dez dias em uma cela que lhe rendeu uma grande experiência de vida.

Após 18 anos como professor no Colégio Capitão Lemos Cunha, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, perdeu o emprego porque respondeu às perguntas dos alunos sobre a transmissão sexual da AIDS.

Participou de alguns filmes como: "Mamãe Parabólica", curta-metragem (2005); "Laura, Laura", curta-metragem (2005); "Cazuza - O tempo não pára", longa-metragem (2004); "Você Decide", um episódio, em (1999); "Incidente em Antares", minissérie, como Singer Garcia (1994); "Noite", (1985); "Memórias Póstumas de Brás Cubas"; "Se tu vais ao Rio". Recebeu os seguintes prêmios: Medalha de Ouro no Festival du Court-Métrage de Bruxelles, na Bélgica, em virtude do filme "O Bigode da Aranha".
Candango de Ouro, em Brasília, e Sol de Prata, no Fest Rio, na categoria de melhor ator em "Mamãe Parabólica". Dados do site: Mix Brasil.

Laura de Vison era uma simpatia como pessoa. Quem a conheceu chamais a esquecerá. Nos anos 80, virou "cult" nas noites do casa noturna Boêmio, na Rua Santa Luzia.
Ela nunca esqueceu essa fase. Com o fechamento da casa, Laura passou a peregrinar pela Lapa a procura de outro espaço. Como não encontrou, acabou se sujeitando a distribuir balinhas em boates que não a consideravam "culta" para seu público tido como "elitista". Falta de cultura tiveram seus "diretores artísticos" e proprietários para não ver o que ela representava. Outra casas, como o Cabaré Casanova não permitia que ela entrasse, pois nos anos anteriores tinha concorrido com ela. Como a própria Laura falou a este bloqueiro.
Era uma tristeza ver Laura pedindo favor. O Brasil, que é um país sem memória, não dá valor a quem merece. Porém, nós chamais esqueceremos de LAURA DE VISON, com seu sorriso simpatico, mesmo nos momentos mais difíceis.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

100 Anos de Dercy Gonçalves na Le Boy





A grande comediante brasileira jamais será uma Dona Benta, seu espírito é jovem e irreverente. Fez do palavrão cavalo de batalha. Responde com toda convicção: "Sou um retrato do País, que é a própria escrotidão".
Com essas características ela se tornou a primeira estrela da TV Globo-Canal 4 ao comandar o programa "Dercy de verdade", exibido aos domingos em 1966, das 20h às 22h.
Ela comandava o show, que passou a ser o grande líder de audiência da emissora. Era uma atração de grande apelo popular, cujo lema era ajudar aos necessitados. Ela fazia chamadas pedindo cadeiras de roda, óculos, bengalas e casas para os que precisavam. Como a audiência era enorme, os que precisavam de alguma ajuda formavam filas gigantescas na frente do auditório
da emissora, no Jardim Botânico.
Sua equipe de reportagem selecionava os assuntos mais sensacionais, enquanto a parte do programa destinado aos donativos ficavam por conta do sobrinho da artista. Durante a enchente de 1966, no Rio de Janeiro, enquanto o "Jornal nacional" fazia chamadas ao vivo, Dercy levava as câmeras para a rua e transferia seu programa para o terraço da Globo, chamando a atenção dos telespectadores para a emergência de se enviar agasalhos para os desabrigados. Resultado: o auditório da emissora ficou abarrotado de donativos. Com isso, a audiência levou a Globo — é bom lembrar que a emissora dava os seus primeiros passos — à liderança absoluta começando a atrair o público cativo das emissoras mais importantes da época, como: TV Tupi, TV Rio e TV Excelsior. Nas quartas-feiras ela atuava em outro sucesso da emissora o "Dercy de comédia", nos mesmos moldes do que fizera na TV Excelsior. Em 1971,
Dercy foi para a TV Record, onde estreou como a namorada do Bronco, no programa "Família Trapo" e, meses depois, criou o programa "Dercy em Família" nos mesmos moldes do que havia feito na Rede Globo. Viva Dercy!

No próximo sábado, 28 de julho de 2007, DERCY GONÇALVES, ou Dolores Costa Bastos (nascida a 23 de junho de 1907), vai comemorar oficialmente o seu aniversário na boate Le Boy, Copacabana.

Em entrevista ao bloqueiro ela comentou:

Dercy - Tenho o ano que sinto,quantos anos vou viver mais não importa. O que importa é o presente.
Eu - Vc fez o sucesso da Rede Globo quando apresentava o programa "Dercy de Verdade", em 1966, que foi o maior sucesso na emissora iniciante. Naquela época todos assistiam à TV Excelsior, a Tupi e a TV Rio, mas vc levou o público para a Globo.
Eu - Vc fez grande novelas, como "Deus nos acuda" e "Que rei sou eu?", na Globo.
Dercy - Aliás, essa última foi muito divertida.
Eu - Vc se dava bem com a Tereza Rachel?
Dercy - Nem olhava pra cara dela, é muito besta.
Eu - Mas antes de fazer essa novela vc fez na TV Bandeirantes, a novela "Cavalo Amarelo", que fez tanto sucesso que resolveram esticá-la com "Dulcineia,vai a guerra!".
Dercy - Vc conhece mesmo a minha vida! Foram dois trabalhos bacanas.
Eu - Dercy, vc vai comemorar seu aniversário na Le Boy, que é uma boate gay. Então, eu gostaria de saber o que vc acha dos gays?"
Dercy - Adoro eles. Se querem dar o cu, o problema é deles. Tive grandes amigos gays. Trabalhei durante anos com o Luiz Carlos que era gay assumido, fui amiga de Madame Satã. Amiga não, eu a conhecia dos Cabarés da Lapa e ela me respeitava muito.
Eu - O que vc espera do futuro?
Dercy - Não espero nada. Não acredito em amigos, nem em Deus, mas sim na Natureza. Você já reparou como ela é bonita? Como é bonita uma árvore, um rio, uma flor? Até os mosquitos trepando são bonitos, pois é a natureza.
Eu - Vc é única. Daqui a dez anos, surgiram outras Fernandas Montenegro,Dulcina, Morineau, Bibi, Marília Pêra, mas Dercy Gonçalves é só uma. Você criou um comportamento irregular que é só seu. Aliás, não é a toa que o grande autor Paulo Pontes considerava vc mais importante do que a Fernanda Montenegro. Por ser única.
Dercy - Muito obrigado!


"Por maior que seja o buraco em que você se encontra, pense que, por enquanto, ainda não há terra em cima" (Dercy Gonçalves)

terça-feira, 3 de julho de 2007

Bastidores - Série Teatro Brasileiro

Ler um bom livro é SEMPRE ADQUIRIR CULTURA.


"A Europa é linda mas é coisa do passado. Esse continente é o passado dos museus e, na linguagem dos jovens, a Europa já era, nada de novo está acontecendo e os EUA estão se robotizando. O futuro está aqui. Aqui há efervescência, inquietude, bom humor, alegria e imaginação, frutos talvez da nossa ingenuidade, pobreza e esperança. O brasileiro é latino: finge que gosta de rock, hambúrguer e Coca-Cola, mas gosta mesmo é de samba, contos de fada, tutu de feijão e cerveja"

Este pensamento é tão atual que parece que foi dito ontem, mas foi dado a Simon Khoury, pela grande atriz Dulcina de Moraes, falecida em 1996.

Dulcina, sempre foi uma mulher muitos anos à frente de seu tempo. Começou a preocupar-se com a parte técnica dos espetáculos, dando melhor tratamento aos cenários e à profissão de técnico teatral; tirou o ponto do palco, levando-o para a coxia; criou as folgas de segundas-feiras e lançou no Brasil autores consagrados como Garcia Lorca, Eugene O’Neill, Bernard Shaw, Noel Coward e outros tantos.

Segundo a atriz Fernanda Montenegro, Dulcina de Morais foi uma de suas inspirações na vida artística e uma das maiores atrizes nacionais.
“A ela, nós devemos a segunda-feira de folga, o fim da carteirinha de prostituta para atriz, a presença do autor brasileiro nos palcos do Brasil” - declarou Fernanda Montenegro.

Este é apenas um dos muito depoimentos-entrevistas dadas ao ator-jornalista Simon Khoury para a "Série Teatro Brasileiro - Bastidores" (editora Letras & Expressões), que já lançou 10 (DEZ)volumes de depoimentos de nossos artistas, como Mme. Morineau, Paulo Autran, Tônia Carrero, Dercy Gonçalves, Vanda Lacerda, Christiane Torloni, Cleyde Yáconis, Nicete Bruno, entre tantos outros. Em cada volume,o leitor encontra no mínimo quatro ou cinco fragmentos da história da nossa cultura e, lógico, do nosso teatro. É uma leitura obrigatória para quem estuda ou gosta de cultura e Teatro.
Acreditem, Simon é tão interessante quanto seus entrevistados. Portanto, todos os volumes são como um bom espetáculo de arte.
Os interessados devem procurar a livraria mais próxima, pois são raras as que possuem os tais livros. A livraria do Espaço de Cinema, na Volutários da Pátria, ainda tem alguns exemplares. Corra!